Voltando com as cartas
Olá, leitores.
Resolvi voltar com as cartas.
Vou anotando o que consigo lembrar.
Servirá como um pequeno inventário das memórias, das séries, dos livros, dos filmes que andei vendo/lendo nos últimos dias.
Sempre estou esvaziando minha mente, costumo deixar um caderno em cada canto da casa. Fiz até uma zine sobre isso:
https://drive.google.com/file/d/1yIp3kqX6TNECbI2AlFGFa21Vmnj8CVwc/view
Esses dias andei pensando em como estamos numa corrida injusta: contra o tempo. Todos os dias quando saio de casa, por mais que eu esteja no horário, sinto como se já estivesse atrasada, em desvantagem. É muito injusto o que o capitalismo faz conosco. Não sobra tempo pro descanso, pra diversão, pra cultivarmos relacionamentos, pra nada. Descansamos para rendermos melhor no trabalho, se nos exercitamos é para que nossos corpos rendam melhor no trabalho, nos alimentamos bem (quando possível) para não adoecermos e assim não atrapalharmos o nosso trabalho. Vivemos numa servidão. Reparou que nem descansar a gente sabe mais?
Foto: Google
Séries
Nessa retomada de cultivar meus hobbies, comecei a assistir algumas séries. A primeira a finalizar foi Falando a real (Apple TV+, 2023). Bom, eu comecei essa série porque gosto de assistir séries que tenham como mote sessões de terapia, psicólogos, etc. Inclusive, indico Gypsy (Netflix, 2017) e Sessão de Terapia (Globoplay, 2012). Entretanto, Falando a real deixa muito a desejar. O protagonista, Jason Segel, faz o papel de viúvo que não superou por completo a morta da esposa, acaba se afundando nas drogas e no álcool, além de abandonar afetivamente a filha adolescente. Eu acho cansativa essa narrativa do homem que pode se dar ao luxo de largar tudo e depois voltar como se nada tivesse acontecido. Machismo, né amores? Além do que sempre que esse homem resolve se regenerar, a passada de pano vem, e todos estão prontos para receber esse macho de voltar à sociedade. Para quem não sabe, o Jason Segel fez o Marshal em How Meet Your Mother (outra série chata). Outra personagem desnecessária é a do Harrison Ford, um ranzinza sem motivo, tsc, tsc. A única que se salva é a Jessica Wiliams, que faz a terapeuta Gaby. Ela sim é divertida! No mais, a série é confusa, rasa. Não indico. Uma dramédia, que não nos faz rir na comédia e nem nos tira lágrimas no drama. Raramente a AppleTV+ tem uma série ruim, mas essa se superou.
Pra não dizer que perdi meu tempo dando dica ruim, eu vou falar de uma levinha que eu ainda nem finalizei: Sem filtro (Netflix, 2023). Ademara faz a Marcely que tem um sonho de se tornar influencer bem-sucedida. Num clima suburbano, com fofoca, amizades, lovezinho em potencial essa série brasileira lançada em fevereiro, pode ser uma boa pedida no final do dia quando onde tudo que a gente quer é relaxar pra não ter um ABC. (risos).
Sou novata no mundo das HQ’s/ Graphic Novel. Li poucas, antes dessas duas que vou indicar agora, só lembro de ter lido umas três: Maus, Persépolis e Boa sorte. Passei um tempo enferrujada na leitura, peguei uma HQ pra voltar com tudo, a escolhida foi Arlindo (Seguinte, 2021). A HQ escrita pela Luiza de Sousa, a @ilustralu, se passa no interior do Rio Grande do Norte. Agora imagina, HQ que tem forró, cuscuz, conversinha de MSN (quem lembra?), fã de Sandy e Jr, e romance adolescente?! Tinha como ser ruim? Não! Além disso, a gente tem o Arlindo (Lindo para os íntimos) e suas descobertas e desafios para (re)afirmar a sua existência.
A outra que li foi O muro (Nemo, 2015), aqui a gente tem a história da Rosie, 13 anos, que é abandonada pelos pais. A mãe, foi embora pra Dubai, atrás de um cara. O pai, não quer mais saber da Rosie. Esse abandono do pai parece mais punição pelo que a mãe dela fez com ele. Nisso, ela começa a ter que se virar sozinha, o que acaba fazendo com que ela comece a beber escondido, fumar ainda mais. Rosie só quer preencher um vazio deixado pelo abandono. Essa HQ é bem triste, então, se você estiver triste, nem recomendo. Fora isso, tem The Cure, Sonic Youth. Bélgica, 1988.
Esse foi apenas um inventário recente.
Fico por aqui.
Até a próxima.
Abraço.
Dani M








